. . Sou Pisciana*

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É impossível compreender minhas verdadeiras motivações, porque elas mudam o tempo todo, como as marés dos oceanos. Há tantas pessoas dentro de mim, que os outros se perguntam quando a verdadeira pisciana irá surgir e aparecer. Ver a relatividade da verdade é um grande dom, porque torna-me tolerante e compassiva. Consigo ficar sentada calmamente enquanto meu amante vai
embora, minhas crianças me insultam, meu chefe empilha insultos sobre minha cabeça e o proprietário de meu apartamento me despeja. ''Piscianas parecem aceitar o azar como se tivessem nascido com ele, esperá-lo e, até mesmo, dar-lhe as boas vindas''. Mas sei algo que os outros signos não sabem: todo esse sofrimento humano tem pouco significado quando seus olhos e seu coração estão focalizados no grande Uno.É preciso admitir que há piscianas por aí que são quase uma caricatura do pensamento racional e científico. Esses são os peixes assustados com o caos de suas próprias profundezas. .Incrivelmente rígidas. Tenho uma sensação intuitiva de outras realidades, algo mágico. . É difícil enganar uma pisciana. No entanto, enquanto outros responderão defendendo a si mesmos e acirrando ressentimentos, eu olharei, verei, sentirei pena e perdoarei. Muitas vezes deixo que os outros se aproveitem de mim, não porque sou ingênua, mas porque sinto pena de todo o tipo de gente. Sou também uma romântica incurável. Nasci romântica e serei sempre uma romântica. Não importa o trabalho mais seguro, o status social mais convencional e o orçamento que garanta minha pensão na velhice, trocarei todos por flores, a qualquer momento. . Afinal sou pisciana.*



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cansei.

Dizem que a felicidade é a gente quem faz. Tento a cada dia fazer a minha, mas como ninguém é feliz sozinho, não depende só de mim. Espero um dia poder olhar pra trás e dizer que todos os esforços e todas as dores me fizeram crescer, independente dos resultados.

Depois passar de semanas vivendo a mesma rotina, com os mesmos pensamentos, chorando pelo mesmo motivo, resolvi me desligar. É, tirei minha tomada, antes que eu desse um curto-circuito e explodisse, pois era o mais provável de acontecer. Eu precisava respirar. Precisava usar meus olhos para outra coisa que não fosse derramar lágrimas, queria que eles brilhassem, de alegria por estar bem, pelo menos um minuto que fosse. Uma hora a gente cansa. Cansa de sofrer, de chorar, de buscar soluções absurdas pra situações complicadas. Um dia eu pensei. Pensei como nunca pensei antes. Pensei em todos os motivos, todas as hipóteses, tudo o que aconteceu e tudo o que poderia acontecer dependendo de uma simples decisão do agora. Pensei demais. Pensei e percebi que há muito mais por trás dos problemas que a gente enfrenta. Que na vida, não há só uma prioridade à ser realizada. Resolvi pensar apenas para o agora e para um pouco mais tarde, nada muito distante. Porque até o futuro distante chegar, o presente e o futuro mais próximo já mudaram muita coisa. Resolvi ficar bem, pelo menos tentar. Usar aquelas prioridades para ocupar meu tempo e minha cabeça e tentar esquecer um pouco dos problemas. Tudo o que eu quero agora é um tempo. Um tempo de tudo e de todos. Um tempo pra mim. Não sei o que farão os outros durante esse tempo. Não sei se vou reencontrar pessoas importantes que agora eu deixo ir. Talvez quem eu não esqueço, me esqueça. Talvez não. Nunca dá pra saber. Mas depois de tanta dor, decidi pagar pra ver.

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